Dezembro é marcado por algumas campanhas de conscientização, dentre elas está o Dezembro Vermelho (Campanha Nacional de Prevenção ao HIV/AIDS). Instituída pela Lei nº 13.504/2017, a campanha promove ações que informam e dão luz para essa questão, abordando a prevenção contra doenças sexualmente transmissíveis, o diagnóstico, a convivência com o vírus da imunodeficiência humana, a assistência e proteção das pessoas soropositivo.
Neste artigo, abordaremos alguns sinais do HIV e como é possível conviver de maneira saudável com a doença.
HIV e AIDS são a mesma coisa?
Ao contrário do que algumas pessoas pensam, HIV e AIDS não significam a mesma coisa:
HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana
Esse vírus ataca o sistema imunológico e o compromete de forma progressiva, enfraquecendo a sua capacidade de combater infecções. Ele pode ser transmitido através dos fluidos corporais, como sangue, sêmen, secreções vaginais e leite materno, principalmente através de:
- Relações sexuais desprotegidas com uma pessoa infectada.
- Compartilhamento de agulhas contaminadas.
- Transmissão de mãe para filho durante o parto, aleitamento materno ou durante a gravidez.
AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
Todavia, a AIDS é o estágio mais avançado da infecção pelo HIV. Não obrigatoriamente quem tem HIV terá AIDS, esta é diagnosticada quando o sistema imunológico já está comprometido em virtude do HIV, dessa forma a pessoa pode manifestar certas infecções ou cânceres relacionados à imunodeficiência, como:
- Pneumonia por Pneumocystis jirovecii.
- Tuberculose disseminada.
- Certos tipos de câncer, como o sarcoma de Kaposi.
- Infecções graves por fungos.
Ou seja, a AIDS se manifesta quando a infecção por HIV já alcançou altos níveis. Isso permite que a doença seja controlada quando tido o diagnóstico precoce. Continue lendo para descobrir como isso pode ser feito, mas antes, vamos aprender quais são os principais sintomas.
Sinais de que você pode ter contraído o vírus
Como citado anteriormente, a melhor forma de controlar a doença é o diagnóstico precoce. Por isso, saber quais são os sintomas do HIV é muito importante. Esteja sempre atento(a) a:
- Febre persistente: Um dos primeiros sinais pode ser uma febre que dura mais de uma semana, muitas vezes acompanhada por outros sintomas semelhantes aos da gripe.
- Fadiga: Sentir-se constantemente cansado, mesmo após descanso adequado, pode ser um sinal de infecção pelo HIV.
- Gânglios inchados: O aumento de gânglios linfáticos, especialmente no pescoço, virilha e axilas, pode indicar uma resposta do sistema imunológico à infecção.
- Perda de peso não explicada: Perder peso sem motivo aparente pode ser um sinal de infecção avançada.
- Infecções oportunistas: Infecções como pneumonia, candidíase e tuberculose podem ocorrer com maior frequência em pessoas com HIV.
Contudo, é importante ressaltar estes também podem ser sintomas de outras doenças. Portanto, percebê-los de forma isolada não necessariamente indica a presença do HIV. O ideal é buscar ajuda médica para realizar os exames adequados.
Diagnóstico precoce e tratamento da doença
Certamente você já se perguntou se é possível viver bem com a AIDS. A resposta é sim!
Os avanços tecnológicos permitem que as pessoas tenham uma qualidade de vida, mesmo quando precisam conviver com a doença. Desta forma,tão importante quanto saber os sintomas, é entender como diagnosticar e como é feito o tratamento. Vamos lá?
O diagnóstico geralmente é feito através de testes que avaliam o estado do sistema imunológico e procuram sinais de infecções ou certos tipos de cânceres relacionados à imunodeficiência. Os testes mais comuns incluem contagem de células CD4, carga viral do HIV e testes para Infecções oportunistas. Esses testes são realizados gratuitamente pelo SUS.
Após o diagnóstico, algumas abordagens podem ser consideradas para o tratamento, levando em consideração o estado de saúde de cada pessoa:
- Inibidores da Transcriptase Reversa: Impedem a ação da enzima necessária para a replicação do vírus.
- Inibidores de Protease: Bloqueiam outra enzima necessária para a replicação do vírus.
- Inibidores de Integrase: Impedem a integração do material genético do vírus nas células do hospedeiro.
- Inibidores de Entrada: Bloqueiam a entrada do vírus nas células do sistema imunológico.Receber um diagnóstico de
Dicas para viver melhor após o diagnóstico
Se você contraiu o HIV e foi diagnosticado(a) com AIDS, temos algumas dicas valiosas para ajudar com a sua qualidade de vida daqui pra frente:
- Adesão ao tratamento: Tomar os medicamentos conforme prescrito é crucial para manter a carga viral baixa e a saúde geral.
- Apoio emocional: Buscar apoio de amigos, familiares ou grupos de apoio pode ajudar a enfrentar os desafios emocionais associados ao HIV.
- Vida saudável: Manter um estilo de vida saudável, incluindo uma dieta equilibrada, exercícios regulares e sono adequado, é fundamental para fortalecer o sistema imunológico.
- Educação contínua: Permanecer informado sobre o HIV, tratamentos e avanços na pesquisa é empoderador e contribui para a gestão eficaz da condição.
Em resumo, é possível sim ter uma vida plena sendo portador da doença, mas também é muito importante que, para isso, você tome atitudes positivas e busque todo o apoio necessário. Afinal, sozinhos somos bons, mas juntos somos muito melhores.
Alguns mitos que (provavelmente) já te contaram sobre o HIV
Da mesma forma que ter conhecimento acerca da doença é importante, desmistificar alguns mitos comuns e que são frequentemente difundidos a fim de construir uma sociedade mais informada também deve ser uma missão de todos(as). A disseminação de informações corretas combate o estigma e promove uma compreensão mais precisa acerca do tema.
Aqui estão algumas frases que você irá contradizer a partir de hoje:
“Pode ser transmitido por contato casual”
Resposta: Em nenhuma hipótese o HIV pode ser transmitido por toques, abraços, apertos de mão ou compartilhamento de objetos cotidianos. A transmissão ocorre principalmente por meio de fluidos corporais como sangue, sêmen, secreções vaginais e leite materno, durante atividades específicas, como relações sexuais desprotegidas ou compartilhamento de agulhas.
“É uma sentença de morte”
Resposta: Há algum tempo atrás, isso poderia até ser verdade. Todavia, com os avanços tecnológicos, o diagnóstico precoce, a adesão ao tratamento e o acompanhamento médico regular, é possível viver uma vida longa e saudável. A qualidade de vida para aqueles em tratamento adequado é significativamente melhorada.
“Mulheres com HIV não podem ter filhos saudáveis”
Resposta: O HIV pode sim ser transmitido no parto. Entretanto, com o acompanhamento adequado , mulheres com HIV podem ter filhos saudáveis. Por exemplo, o uso de medicamentos antirretrovirais durante a gravidez pode reduzir significativamente o risco de transmissão do vírus para o bebê.
“Só afeta grupos específicos”
Resposta: Qualquer pessoa, independentemente de idade, raça, orientação sexual ou origem socioeconômica, pode contrair o HIV. Isto é, todos estão vulneráveis e a prevenção é crucial para qualquer indivíduo.
Em suma, desmistificar mitos sobre o HIV é um passo importante para combater a discriminação. Sobretudo, ao compartilhar informações precisas promove uma sociedade mais solidária, onde todos têm acesso a conhecimentos essenciais para prevenir a propagação do vírus e apoiar aqueles que vivem com o HIV.
O Dezembro Vermelho não é apenas sobre informação; é sobre empoderar e fornecer acesso para que as pessoas que convivem com a doença possam viver livremente, sem restrições. Sendo assim, a conscientização não deve se limitar a um mês; ela deve ser uma busca constante para promover uma sociedade mais informada, compreensiva e solidária.