Consciência Negra e Representatividade

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Novembro é o Mês da Consciência Negra, uma oportunidade de apreciarmos a riqueza da cultura negra e destacarmos a influência africana que permeia nossas vidas. Além de celebrar a diversidade, a beleza e a positividade que emanam da herança africana, é também um bom momento para falarmos sobre temas importantes, como a representatividade e orgulho da negritude.

 

Como surgiu o Dia da Consciência Negra

 

O Dia da Consciência Negra tem origens nos movimentos negros brasileiros e está ligado a eventos que marcaram a luta contra a discriminação racial e à busca por justiça e igualdade. 

 

Em 20 de novembro de 1695, Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, foi sequestrado e morto pelas forças coloniais. Essa data foi escolhida para representar o Dia Nacional da Consciência Negra no Brasil, tornando-se uma ocasião significativa para refletir sobre a história da população negra, celebrar suas valiosas contribuições à sociedade e abordar questões relacionadas ao enfrentamento do racismo e à promoção da igualdade racial.

 

O estabelecimento oficial do Dia da Consciência Negra no Brasil foi formalizado por meio da Lei nº 12.519. Em diversos estados, como Alagoas, Rio de Janeiro, São Paulo, Amazonas, Amapá, Mato Grosso, entre outros, o dia é reconhecido como feriado. Durante essa data, são realizados uma série de eventos culturais, palestras, debates e atividades, todos voltados para promover a conscientização sobre a relevância da igualdade racial e a luta contra o preconceito. Este momento destaca-se como uma oportunidade valiosa para a reflexão coletiva e o engajamento em ações que contribuam para uma sociedade mais justa e inclusiva.

 

O que é Representatividade?

Você já ouviu falar no termo “representatividade”? Ele diz respeito à inclusão e destaque de grupos sociais diversos em determinados cenários da sociedade, desde a mídia até a política, passando pelo entretenimento, educação e mercado de trabalho. Essa presença não apenas reflete a diversidade, mas também atua a fim de inspirar pessoas, que atualmente se veem representadas em tais figuras. A importância da representatividade para a população negra abrange uma série de razões fundamentais:

Empoderamento

Ver pessoas negras em locais de sucesso fortalece o senso de pertencimento e empodera as pessoas, inspirando confiança e oferecendo a elas a possibilidade de se imaginarem naquelas posições.

Quebra de estereótipos estabelecidos

A representatividade mostra que todos temos talentos e habilidades, independente de raça, gênero, sexualidade e qualquer outra característica pessoal. Ela simboliza uma luta contra paradigmas estabelecidos com o passar dos anos. 

Promoção da conscientização

A representatividade promove o entendimento e a empatia entre diferentes grupos sociais através de exemplos reais de pessoas que vivem realidades opostas.

Promoção da autoestima

Especialmente quando falamos da mídia, estar representado(a) e se enxergar em lugares antes não possíveis colabora para o reconhecimento de características fenotípicas e ajuda as pessoas a terem uma imagem mais positiva de si mesmas.

Mudanças estruturais

Através da promoção da diversidade em diferentes setores, é possível influenciar políticas que visam a equidade racial, promovendo assim mudanças estruturais.

 

Negros na Medicina

 

Quando falamos sobre a área da saúde, em especial a medicina, a disparidade racial é grande. Segundo dados do Conselho Federal de Medicina (2023), apenas 3% dos médicos e médicas no Brasil se identificam como negros. Esse dado destaca a urgência de trabalhar a representatividade dentro desse campo essencial, garantindo assim a diversidade para atender às diversas necessidades da população.

 

Uma sociedade justa e diversa é construída coletivamente através das nossas ações diárias e de como apoiamos e incentivamos oportunidades iguais para todos, independentemente de sua origem racial. Ao promover uma medicina mais diversificada, não apenas estamos moldando o presente, mas também construindo um futuro mais inclusivo para todos(as).

 

4 personalidades negras da medicina para você conhecer

 

Maria Odília

Nascida na Bahia em 1884, a notável médica emergiu como a mais antiga médica negra registrada na história do Brasil. Apenas 21 anos após a promulgação da Lei Áurea, ela se destacou como a única mulher entre os 48 alunos da turma da Faculdade de Medicina da Bahia. Sua jornada acadêmica culminou em 1909, quando se formou, apresentando uma tese pioneira sobre cirrose. Essa distinta figura desafiou as barreiras de gênero e raça, deixando um impacto duradouro na história da medicina brasileira.

 

Katleen Conceição

Nascida no Rio Grande do Sul, Katleen é filha de um médico e, hoje, destaca-se como uma das principais influências em dermatologia para a pele negra no Brasil. Ela conquistou o título de primeira mentora brasileira da Skin of Color Society, uma organização internacional dedicada ao estudo das patologias cutâneas em indivíduos de pele negra, além de ocupar a posição de chefe no Ambulatório de Dermatologia para Pele Negra no Instituto Prof. R.D. Azulay, vinculado à Santa Casa de Misericórdia, no Rio de Janeiro. Além disso, é líder do Setor para Pele Negra na clínica de dermatologia Paula Bellotti, situada no mesmo estado. Seu notável comprometimento e liderança contribuem significativamente para o avanço da dermatologia especializada no país.

 

Veridiano Farias

Também nascido no Rio Grande do Sul, prestou vestibular para a Faculdade de Medicina e foi admitido na Faculdade do Rio de Janeiro. Ele foi o primeiro médico negro formado no Sul do Brasil e iniciou sua promissora carreira médica no Hospital Colônia Itapuã. Veridiano faleceu em 1952, pouco tempo após o início de sua jornada profissional. 

 

Um ano após seu falecimento, a Câmara de Vereadores da cidade homenageou sua memória ao aprovar por unanimidade que uma das ruas de Porto Alegre fosse denominada Rua Dr. Veridiano Farias. Essa decisão atesta o reconhecimento de sua importância e legado para a comunidade.

 

Juliano Moreira

Baiano, foi um dos primeiros médicos negros do Brasil e hoje é considerado um dos fundadores da psiquiatria no país. Ele entrou para a faculdade de medicina aos 14 anos e sua tese de formatura ganhou repercussão internacional ao propor novas abordagens sobre a sífilis (uma das doenças que mais matava no final do século XIX). Além disso, Moreira foi o primeiro professor universitário brasileiro a citar e incorporar a teoria psicanalítica no ensino da medicina.

 

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